A Secretaria da Fazenda de Pernambuco, em parceria com a Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (4), a primeira fase da Operação Maquineiros. Com o apoio da Diretoria de Operações Estratégicas - DOE da Sefaz – PE, a investigação foi presidida pela Delegada Gabrielle Nishida, titular da Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Ordem Tributária DECCOT.
As investigações foram iniciadas em agosto de 2021, após levantamentos e cruzamentos de dados realizados pela DOE, por meio do monitoramento de rotina realizado pela Central de Operações Estaduais, contando ainda com o apoio do Laboratório de Auditoria Digital da Sefaz. Foi identificado um padrão de comportamento para abertura de empresas irregulares. Em seguida, o que se descobriu foi a existência de um grupo organizado que se especializou em praticar sucessivas fraudes fiscais.
Para o diretor de Operações Estratégicas da Sefaz, Fernando Castilhos, a operação teve uma importância grande para a população, ajudando a desarticular uma quadrilha especializada e bloqueando bens adquiridos ilicitamente pelos mentores e beneficiários do esquema de sonegação fiscal que movimentou nos últimos dois anos cerca de R$ 250 milhões através da emissão de notas fiscais de empresas laranjas. “Foram cerca de 100 empresas criadas com o intuito de sonegar impostos, cometendo várias fraudes, tendo o objetivo também de acobertar mercadorias roubadas". Afirmou.
Já para a delegada Gabrielle Nishida, a ação da DOE foi fundamental, fazendo com que fossem identificadas as práticas ilícitas. “Através do trabalho da DOE, trazendo a tona várias empresas que não tinham capacidade de movimentar altos valores, nós iniciamos as investigações em 2021, e agora, podemos trazer os resultados para a população", afirmou.
Com os dados coletados na investigação, houve o cumprimento de 18 Mandados de Busca e Apreensão Domiciliar e o Bloqueio de Ativos Financeiros e oito Mandados de Prisão, todos expedidos pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Santa Cruz do Capibaribe. Uma segunda etapa está prevista para os próximos dias com ações fiscais em 27 estabelecimentos suspeitos de integrarem o esquema fraudulento, inclusive em outras unidades da federação. A expectativa nessa nova fase é do lançamento tributário de aproximadamente R$ 90 milhões entre impostos sonegados e multas.