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Ação conjunta desmonta esquema criminoso de compra e revenda irregular de álcool

​04/03/2016


Mais de 240 profissionais participaram da Operação Avaxi (que em guarani quer dizer cana-de-açúcar) realizada na última quinta-feira (3/03) a partir de ação conjunta entre as secretarias da Fazenda (Sefaz-PE) e de Defesa Social (SDS) para o combate de esquema criminoso de compra e revenda de álcool etílico nas cidades do Recife, Vitória do Santo Antão, Ribeirão, Escada e Bezerros.

Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (4/03), a delegada de Crimes contra a Ordem Tributária da Polícia Civil, Wedyja de Andrade, e o diretor de Operações Estratégicas da Sefaz-PE, Anderson Alencar, apresentaram as apreensões realizadas a partir dos 37 mandados judiciais, sendo 14 de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão, executados nas empresas envolvidas no esquema e nas casas dos integrantes da associação criminosa.

“Estamos investigando mais de 14 pessoas desde maio de 2015. É uma quadrilha grande e especializada no que faz. São empresários e gerentes da Cachool Comércio e Indústria S/A, mais conhecida como Usina Liberdade, Interiorana Serviços e Construções LTDA ou Usina Estreliana, Danielle Transportes de Cargas LTDA, além de dez postos de combustíveis localizados nas cidades envolvidas. Nas diligências apreendemos espingardas, pistolas, revólveres, munições, computadores e notebooks, máquinas de cartão de crédito, além de R$ 18 mil em espécie”, lista a delegada.

Do ponto de vista tributário, a compra e a revenda do produto acontecem de forma irregular, sem nota fiscal. “O produto é comumente repassado da usina diretamente para o posto de revenda e sem a nota fiscal. Para passar despercebidos, eles maquiam a transação reutilizando notas fiscais de operações regulares, porém desviando as ‘novas’ cargas. Além disso, usam empresas fantasmas para operar o esquema. Infelizmente quem corre o maior risco é o consumidor do varejo que pode estar adquirindo um produto, além de irregular, adulterado”, ressalta Anderson.

De acordo com Alencar, serão as informações apreendidas a partir dos computadores das empresas que darão o retrato real da sonegação. “Podemos dizer que só após a análise dos dados é que vamos ter uma noção real do tamanho desse caixa dois e do quanto subtraíram dos cofres públicos. A equipe do nosso Laboratório de Auditoria Digital confrontará a produção com o que era declarado e pago de impostos. Estimamos que em todo o setor de combustíveis, incluindo esses esquemas, a sonegação seja de R$ 20 milhões por mês. É uma grande soma que deixa de ser investida nos serviços públicos”, pontua.

Arrecadação – O segmento de combustíveis é responsável por 17% da arrecadação de ICMS do Estado. Dentre os agentes econômicos que comercializam combustíveis automotivos em Pernambuco, encontram- se ativas 18 usinas e/ou destilarias de álcool, 20 distribuidores de combustíveis e 1.300 postos revendedores.

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